Durante uma conferência de imprensa em Nova Iorque, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, propôs a criação de uma agência internacional para regular a inteligência artificial (IA) e combater a desinformação online. Inspirado no modelo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Guterres defendeu que essa nova agência siga os mesmos princípios de regulação que a AIEA aplica à energia nuclear.

Essa ideia tem ganhado apoio de especialistas do setor, incluindo a OpenAI, empresa responsável pelo desenvolvimento do conhecido ChatGPT. Segundo a imprensa britânica, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, está promovendo a criação dessa agência em Londres.

Guterres deixou claro que a decisão final cabe aos países membros das Nações Unidas, mas enfatizou o desejo da ONU de desempenhar um papel central na governança da IA. Ele ressaltou a importância de uma organização com uma base de conhecimento sólida, como a AIEA, que também possua funções regulatórias.

O Secretário-geral anunciou que nos próximos dias irá formar um grupo de pesquisadores para trabalhar nos próximos passos relacionados à IA, incluindo a organização de uma cúpula ainda este ano no Reino Unido. Após as reuniões anuais de setembro da Assembleia Geral da ONU, Guterres planeja estabelecer um órgão consultivo dedicado às questões da inteligência artificial.

Ele também propôs um pacto global abrangente na semana passada para governar as tecnologias digitais, incluindo o rápido avanço da IA. Guterres ressaltou a necessidade de ação diante do avanço acelerado dessa nova tecnologia e das ameaças associadas a ela, observando que são os próprios especialistas em IA que estão alertando para o risco existencial equivalente ao de uma guerra nuclear.